Φilosofia

"A lógica das Palavras"

"Pássaros engaiolados pensam em gaiolas, pássaros livres pensam no azul do infinito." Nossos pensamentos são nossos pássaros. Que pássaro é o seu?



A DÁDIVA DO INVISÍVEL "Antoine de Saint Exupéry"

O que é importante a gente não vê... Se tu amas uma flor que se acha numa estrela, é doce, de noite, olhar o céu... Onde moro é muito pequeno, para que eu possa te mostrar onde se encontra a minha estrela. É melhor assim minha estrela será então qualquer das estrelas. Gostarão de olhar todas elas.
Tu terás estrelas como ninguém; numa delas estarei rindo, então
será como se todas as estrelas te rissem.
Tu terás estrelas que sabem rir...
E teus amigos ficarão espantados de ouvir-te olhando o céu.
Tu explicarás então:
"Sim, as estrelas, elas sempre me fazem rir!"
E eles te julgarão maluco...


Alea Jacta Est!








A filosofia nasceu na Grécia, no século VI a.C. e se configurou como conhecimento racional e sistemático da realidade, da natureza e do homem. A filosofia grega representa o alicerce da cultura do Ocidente (a cultura européia e dos países colonizados pela Europa, como o Brasil). A palavra filosofia é grega e significa amor pelo saber (philo, philia = amor + sophia = sabedoria). O que caracteriza esse saber é o compromisso com a verdade. É essa decisão do filósofo que define sua investigação. Indo além das certezas e das crenças, a filosofia se define também em sentido negativo, como recusa a olhar as coisas como elas parecem ser. A filosofia busca olhar o mundo como se fosse novo, como se nunca tivesse sido explorado.

Podemos dizer que a Filosofia surge quando os seres humanos começam a exigir provas e justificações racionais que validem ou invalidem as crenças cotidianas.

Por que racionais? Por três motivos principais: em primeiro lugar, porque racional significa argumentado, debatido e compreendido; em segundo, porque racional significa que, ao argumentar e debater, queremos conhecer as condições e os pressupostos de nossos pensamentos e o dos outros. em terceiro, porque racional significa respeitar certas regras de coerência do pensamento para que um argumento ou um debate tenha sentido, chegando a conclusões que podem ser compreendidas, discutidas, aceitas, e respeitadas por outros.

Ora, muitos fazem uma outra pergunta: "Afinal, para que Filosofia?".

É uma pergunta interessante. Não vemos nem ouvimos ninguém perguntar, por exemplo, "Para que matemática ou física?","Para que geografia ou geologia?","Para que história ou sociologia?","Para que biologia ou psicologia?","Para que pintura, literatura, música ou dança?". Mas todo mundo acha natural perguntar "Para que Filosofia?".

Em geral, essa pergunta costuma receber uma resposta irônica, conhecida dos estudantes de Filosofia: "A filosofia é uma ciência com a qual e sem a qual o mundo permanece tal e qual". Ou seja, a Filosofia não serve para nada. Por isso, costuma-se chamar de "filósofo" alguém sempre distraído, com a cabeça no mundo da lua, pensando e dizendo coisas que ninguém entende e que são completamente inúteis.

Essa pergunta, "Para que Filosofia?", tem a sua razão de ser.

Em nossa cultura e em nossa sociedade, costumamos considerar que alguma coisa só tem o direito de existir se tiver alguma finalidade prática muito visível e de utilidade imediata, de modo que, quando se pergunta "Para que?", o que se pergunta é: "Qual a utilidade?", "Para que serve isso?", Que uso proveitoso ou vantajoso posso fazer disso?".

Eis por que ninguém pergunta "Para que as ciências?", pois todo mundo imagina ver a utilidade das ciências nos produtos da técnica. Todo mundo também imagina ver a utilidade das artes, tanto por causa da compra e da venda das obras de arte quanto porque nossa cultura vê os artistas como gênios que merecem ser valorizados ( ao mesmo tempo em que, paradoxalmente, nossa sociedade é capaz de rejeitá los se suas obras forem verdadeiramente revolucionárias e inovadoras, pois, nesses casos, eles não são "úteis" para o poder estabelecido).

Ninguém todavia, consegue perceber para que serviria a Filosofia, donde dizer-se: "Não serve para coisa alguma." Parece, porém, que o senso comum não enxergam algo que os cientistas sabem muito bem. As ciências pretendem! ser conhecimentos verdadeiros, obtidos graças a procedimentos rigorosos de pensamento; pretendem agir sobre a realidade por meio de instrumentos e objetos técnicos; pretendem fazer progressos nos conhecimentos, e aumentando-os.

Ora, todas essas pretenções das ciências pressupõem que elas admitem a existência da verdade, a nescessidade de procedimentos corretos para bem usar o pensamento, o estabelecimento da tecnologia como aplicação prática de teorias, e, sobretudo, elas confiam na racionalidade dos conhecimentos.

A primeira característica da atitude filosófica é negativa, isto é, um dizer não aos “pré-conceitos”, aos “pré-juízos”, aos fatos e as idéias da experiência cotidiana, ao que “todo mundo diz e pensa”, ao estabelecido. Numa palavra, é colocar entre parênteses nossas crenças para poder interrogar quais são suas causas e qual é seu sentido.

A segunda característica da atitude filosófica é positiva, isto é, uma interrogação sobre o que são as coisas, as idéias, os fatos, as situações, os comportamentos, os valores, nós mesmo. É também uma interrogação sobre o porquê e como disso tudo e de nós próprios. “O que é?”, “Por que é?”, “Como é”. Essas são as indagações fundamentais da atitude filosófica. A face negativa e a face positiva da atitude filosófica constituem o que chamamos de atitude crítica. Por que “crítica”?

Em geral, julgamos que a palavra crítica significa “ser do contra”, dizer que tudo vai mal, que tudo está errado, que tudo é feio ou desagradável. Em geral, crítica é mau humor, coisa de gente chata ou pretensiosa que acha que sabe mais que os outros. Mas não é isso que essa palavra quer dizer.

A palavra critica vem do grego e possui três sentidos principais:

1) Capacidade para julgar, discernir e decidir corretamente;

2) Exame racional de todas as coisas sem preconceito e sem julgamento;

3) Atividade de examinar e avaliar detalhadamente uma idéia, um valor, um costume, um comportamento, uma obra artística ou cientifica.

A atitude filosófica é uma atitude critica porque preenche esses três significados da noção de critica, a qual, como se observa, dizendo não as crenças e aos preconceitos do dia-a-dia para que possam ser avaliados racional e criticamente. Por isso começa dizendo que não sabemos o que imaginávamos saber ou, como dizia Sócrates, começamos a buscar o conhecimento quando somos capazes de dizer: “Só sei que nada sei”. Para Platão, o discípulo de Sócrates, a filosofia começa com a admiração ou, como escreve seu discípulo Aristóteles, a Filosofia começa com o espanto: ”... pois homens começam e começaram sempre a filosofar por motivos de espanto (...). Aquele que se coloca uma dificuldade e se espanta reconhece sua própria ignorância (...). De sorte que, se filosofaram, foi pra fugir da ignorância”.

Temas Filosóficos

Os temas da filosofia podem ser agrupados, de maneira geral, em alguns campos de trabalho tais como:

Ética e filosofia política: trata-se do poder, dos valores morais, da relação entre vontade e razão, dos direitos e regimes políticos.

Metafísica e teoria do conhecimento: trata-se do ser e da existência das coisas, de como as coisas podem ser conhecidas e da natureza do conhecimento.

Lógica: trata-se das regras do pensamento válido, das proposições, da verdade e dos tipos de argumento.

Estética e filosofia da arte: trata-se da natureza da arte e dos objetos artísticos, da relação entre arte e sociedade e da representação.

Filosofia da linguagem: trata-se da natureza, da origem da linguagem e de como o mundo é descrito pela linguagem.